O governador Silval
Barbosa (PMDB) abre nesta segunda-feira, a partir das 8hs, as conversas com os
presidentes e lideranças dos 14 partidos que formam a base aliada do governo
sobre as eleições municipais de 2012. O objetivo é tentar manter a aliança que
o reelegeu ao governo do Estado, em 2010, na maioria dos municípios para tentar
"barrar" o crescimento da oposição que tenta se reorganizar para a
disputa do governo em 2014.
A missão de Barbosa é
considerada 'espinhosa' por muitos aliados e há alguns que consideram essa
possibilidade impossível de ser concretizada, como é o caso do líder do governo
na Assembleia Legislativa, deputado Romoaldo Júnior, que foi prefeito de ALta
Floresta por duas vezes, lembrando que as eleições municipais são totalmente diferentes
da estadual porque os interesses regionalizados dos partidos estão em jogo e
sempre falam mais alto na hora de se compor uma chapa para a disputa.
Além disso, segundo o próprio Ronoaldo,
há também os interesses individuais das lideranças que estão no exercício do
mandato e os das que pretendem voltar à vida pública seja por meio de uma vaga
nas Câmaras Municipais, como vice-prefeitos ou prefeitos. O probhlema é ainda
maior nas cidades de médio e grande porte, as que são consideradas pólos
regionais, onde há uma convergência maior de recursos para investimentos e uma
maior visibilidade política dos que ocupam cargos eletivos. Exemplos disso são:
Rondonópolis, Várzea Grande e Cuiabá, os três maiores colégios eleitorais de
Mato Grosso e cidades importantes como Sinop, Alta Floresta, Sorriso, Colíder,
Cáceres, Barra do Garças e Tangará da Serra, onde pratiocamente todos os
partidos com representatividade no Estado querem lançar candidatos próprios a
prefeito.
Em Rondonópolis, o PMDB tem um grave
problema interno para resolver. As maiores lideranças do partido, comandada
pelo 'cacique' Carlos Bezerra, deputado federal e o próprio governador Silval
Barbosa não querem Zé Carlos do Pátio, candidato natural à reeleição, na
disputa pelo fato de que, em 2010, Zé do Pátio simplesmente virou as costas
para Silval Barbosa, preferindo apoiar a candidatura do tucano Wilson Santos,
ex-prefeito de Cuiabá, a quem chamava abertamente em todas as solenidades
oficiais em que Wilson e Silval estavam presentes, de "meu governador".
Com a derrota do tucano, Pátio ficou isolado dentro do PMDB (e não poderia ser
diferente) e passou também a enfrentar um grande desgaste político e
administrativo difícil de ser revertido neste ano eleitoral. O PMDB criou um
fórum de partidos aliados na cidade para a escolha de um outro nome com
potencial suficiente para assumir a candidatura, ou, na pior das hipóteses, vir
a apoiar um outro candidato da base aliada.
Na Cidade Industrial, principal reduto
eleitoral do DEM, representado pela família Campos, mais especificamente os
irmãos Jayme e Júlio Campos, senador e deputado federal respectivamente, o PMDB
praticamente rejeitou o acordo proposto pelo PSD, comandado pelo deputado José
Riva, para uma aliança em torno da reeleição do atual prefeito, Tião da Zaeli.
Tanto, que, já surgiram quatro prováveis pré-candidatos: o atual secretário das
Cidades, Nico Baracat, que o governador quer substituir no comando da pasta
mesmo que não venha a ser candidato, o deputado estadual Wallace Guimarães, que
teve seu desejo de disputar a prefeitura vetado três vezes pelo DEM (desde que
era PFL) e agora se vê mais uma vez em risco, no PMDB, o empresário Alan Zanata
e o ex-procurador-geral do Estado, João Virgílio.
Rompendo o pré-acordo em Várzea Grande,
o PMDB dá o direito do PSD ficar livre em Cuiabá, onde já se dispunha a apoiar
a candidatura a prefeito do candidato do PMDB, empresário João Dorileo Leal, do
Grupo Gazeta de Comunicação, e também lançar candidato, ou, na pior das
hipóteses, apoiar uma outra candidatura, o que certamente colocaria a
possibilidade de uma vitória peemedebista em risco, vez que, com o peso
político que possui hoje no Estado, o PSD pode se transformar no fiel da
balança nos municípios onde não tiver candidatura própria. Caso decida lançar
alguém apenas para atrapalhar a candidatura de Dorileo Leal, o PSD tem no
ex-deputado e ex-diretor da extinta Agecopa, Carlos Brito, a pessoa certa.
Brito, além de ser bom de palanque sabe atrair como poucos os holofotes da
mídia e, com certeza, ajudaria a garantir o segundo turno das eleições na
capital, que pode ter ainda como candidatos o ex-prefeito Roberto França, pelo
DEM e o próprio Chico Galindo que, mesmo jurando de pés juntos que não quer
disputar a reeleição, tem todos os predicados e 'bala na agulha' para disputar
com qualquer um dos adversários até com certa vantagem, sem contar que ele terá
o poder da máquina pública nas mãos, uma ferramenta que poucas vezes deixou de
ajudar quem está no exercício do mandato.
Nos demais municípios citados, há o
interesse velado de cada deputado estadual, federal ou senador. Nenhum dos que
se consideram representantes políticos dessas cidades vai querer perder espaço
político para outro 'colega' e aí, fica quase impóssível colocar todo mundo na
mesma mesa para falar a mesma língua. Como se vê, o governador Silval Barbosa e
seus negociadores políticos terão muito trabalho pela frente e a reunião desta
segunda-feira é apenas um pequeno "aperitivo" do que realmente está
por vir.
Luis Acosta
Redação 24 Horas News
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