quinta-feira, 1 de março de 2012

FIM DA PIRACEMA LEVA DUAS MIL PESSOAS PARA O RIO PARAGUAI EM MT




O reinício da pesca com o fim do período da piracema deve levar, a partir de hoje, cerca de duas mil pessoas, entre pescadores e turistas, para vários pontos do rio Paraguai, em Cáceres. A previsão é dos segmentos de pesca e turismo. A perspectiva é de aquecimento da economia e geração de emprego e renda. A Associação Ambientalista, Turística e Empresarial de Cáceres (Asatec) estima que os 16 barcos turísticos, existentes no município, devam empregar 1.200 pessoas, durante os oito meses da atividade. As casas de venda de materiais de pesca esperam um aumento de 15% das vendas. E, os proprietários de pousadas confirmam as reservas para, pelo menos, quatro meses.
Presidente da Colônia Z-2 de Pesca, Elza Basto Pereira, informa que, 780 pescadores profissionais já se deslocaram, em centenas de embarcações, em várias direções ao rio. “Está bombando. Os pescadores que ainda não estão no rio devem descer ainda hoje” afirma lembrando que a expectativa é a melhor possível. “Está todo mundo feliz porque voltam a trabalhar depois de quatro meses” diz a presidente se referindo ao período da reprodução dos peixes em que os pescadores ficaram desempregados sobrevivendo apenas de salário desemprego.
“Ainda bem que todos receberam o salário desemprego. Restam dois ou três casos que já estão sendo solucionados” - frisou. Cleris Tubino, da  Asatec,não foi localizado para falar sobre o assunto.
Por sua vez, o presidente da Associação dos Profissionais Autônomos de Turismo (Aspatur), Claudionor Duarte Correa, conhecedor do ramo, enfatiza, principalmente, a questão econômica. Ele avalia que serão empregados, semanalmente, em Cáceres, R$ 1,5 milhão. Recursos relativos a venda dos pacotes de turismo de pesca. “São lotação de pousadas, barcos hotéis, aquisição de combustíveis em postos, compras em supermercados, e, principalmente, revenda de bebidas”.
Acredita que os 16 barcos existentes, além dos 1200 empregos diretos, deve gerar centenas de indiretos. Explica que os 1200 empregos diretos são piloteiros (Guias de Pesca), comandantes das embarcações, taifeiros, cozinheiros, garçoes, chefes de máquinas. Todos, de acordo com Claudionor, qualificados junto a marinha como aquaviários. Ele acrescenta lembrando que  muitos  empregos indiretos vem geralmente dos ranchos de pescas, que são locados por grupos de pescadores, acampamentos que contratam piloteiros autônomos, locação de barcos nos estacionamentos, sem contar com centenas de pessoas que trabalham, no ramo, na informalidade, mas que injetam recursos na cidade.
O otimismo também se verifica nos proprietários de barcos de turismo. “A maioria dos barcos começou descer o rio ontem. Todos já dispõem de contratos fechados para todo o período da pesca, de março a outubro. Só haverá vagas se houver algumas desistências” assegura o empresário Luiz Mário Ambrósio Curvo, proprietário do Barco Ieié. A maior preocupação, conforme Luiz Mário é com a altura do rio. “A chuva foi pouca para o período e o rio está baixo, em relação ao ano passado. Ontem estava com 3.36 metros, 20 centímetros a menos que em 2011. Se continuar baixando, haverá dificuldade para a navegação das grandes embarcações nos próximos meses”, alertou.
Não menos otimista, proprietário da Pousada Rio Jauru, Edno Júnior de Souza, diz que reformou e remodelou o estabelecimento devido a grande procura.  “A correria está grande. Tivemos que reformar e remodelar a pousada devido às inúmeras procuras. Vários pacotes já foram fechados para até o mês de julho”. A pousada Rio Jauru é a que tem melhor condição de acesso entre as demais. Localiza-se a 40 quilômetros do município, na BR-070, em estrada totalmente asfaltada, com acesso a telefone fixo e celular, além de boa comodidade.
Uma das lojas mais tradicionais do comércio de materiais de pesca da cidade a “O pescadô” as vendas estão aquecidas há, pelo menos, 15 dias. “Há duas semanas tem sido grande o movimento. Muita gente está se preparando para o período da pesca” diz o empresário Ilton Rodrigues Correa, afirmando que “a perspectiva é de que, o volume de vendas, principalmente, nos primeiros dias da temporada é de, pelo menos, 15%”. Fundada em 1980, há 32 anos, atendendo a população, Ilton diz que a O Pescadô, alia tradição, qualidade das mercadorias e o preço acessível para atrair a clientela. Tanto é, segundo ele, que nos primeiros dias da temporada de pesca, está realizando uma promoção das mercadorias.
Proprietário da loja “Pescadô Xo Nei”, Claudinei Tomazelli, endossa a corrente otimista. “A tendência é que recuperamos os quatro meses parado” diz acrescentando que, as vendas poderiam estar ainda mais aquecidas se não fosse a desconfiança de algumas pessoas em relação ao possível adiamento da reabertura da pesca. “As vendas estão boas. Mas, poderia estar melhor. Muitos pescadores ficaram cautelosos temendo que a Justiça adiasse a reabertura da temporada como aconteceu há alguns anos e deixaram para comprar o material na última hora”.  Embora esteja há apenas um ano no mercado, a loja “O Pescadô Xó Nei” dispõe de centenas de itens de mercadoria que vai desde anzol até barcos e motores.

Sinézio Alcântara
de Cáceres

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