sábado, 31 de janeiro de 2015

DIREITOS HUMANOS E TRUCULÊNCIAS




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O Brasil ainda convive
com "abusos crônicos"
como tortura, execuções
extrajudiciais, impunidade
de crimes cometidos
durante a ditadura e
má condições de seus
presídios, segundo um
relatório da ONG
Human Rights Watch”,
divulgado nesta semana.
Segue o relatório: “O capítulo brasileiro do
documento - que avalia a situação dos
direitos humanos em mais de 90 países
do mundo em 2014 - reconhece que as
polícias de São Paulo e Rio de Janeiro
adotaram recentemente medidas para
combater o uso indevido da força,
mas aponta que essas duas corporações
foram responsáveis, juntas, por 941 mortes
nos primeiros nove meses do ano passado.
O número de pessoas mortas em decorrência
de intervenções policiais nesses Estados
aumentou drasticamente em 2014
(40% no RJ e mais de 90% em SP)",
diz o levantamento. "Enquanto algumas
mortes resultam do uso legítimo da força,
outras não. Além disso, o sistema prisional
abriga 37% de presos a mais do que
sua capacidade, sendo que muitos
são presos provisórios (ainda à
espera de uma decisão judicial)”.
O relatório vai desdobrando a dor
cruel que se esconde por detrás
do desrespeito aos direitos humanos, i
ncluindo aí os direitos dos cidadãos
frente ao Estado, e dos servidores do
Estado frente à desordem social em
que se meteu o Brasil. Na verdade,
não se pode culpar as polícias pela
violência e pelas torturas e truculências,
como não se pode absolver a sociedade
da sua culpa de ser violenta e mal-educada.
É um grande conjunto de distorções
cui-da-do-sa-men-te construído pelo
caos político e partidário de um país sem rumo.
Quando se soma o que se gasta em
segurança pública, na manutenção dos
sistemas prisionais e com a saúde
decorrente de violência, a metade
se aplicada na prevenção social
colocaria o país nos eixos.
Mas isso não interessa aos
negócios envolvidos na manutenção
de sistemas de segurança e prisionais
que rendem dinheiro a agentes públicos
e a políticos, além de pesadas
propinas nas contratações dos meios
chamados defensivos.
Falta uma efetiva cidadania no país.
A sociedade é muda, despreparada e omissa.
O Estado cuida dos seus interesses diretos
que lá na ponta resultam em votos e em
poder político. Nas pontas iniciais da cidadania,
a educação é outro negócio político que mira
no voto. A saúde paga um preço alto pela violência,
e mantê-la acaba também
na mira do voto e nos negócios. 
Lá na pontinha do problema social,
direitos humanos esmagados nesse
conjunto de truculências...! Voltarei ao assunto.
Onofre Ribeiro é jornalista 
em Mato Grosso
onofreribeiro@terra.com.br  
 www.onofreribeiro.com.br

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