terça-feira, 12 de junho de 2012

TRABALHADORES RURAIS ACUSAM GOVERNO DE AGIR EM FAVOR DE LATIFUNDIÁRIOS





Um soneto que parecia há muito sepultado em Mato Grosso, a ação do Governo em favor dos latifundiários,  segue mais vivo do que nunca. Num estado de dimensões continentais, a luta pela terra continua fazendo vítimas.  Trabalhadores rurais denunciaram que policiais militares fizeram o despejo de famílias de uma propriedade rural sem amparo legal. Por articulação governamental, a Polícia retirou famílias da Fazenda Toca da Onça, dentro da Gleba Marzagão, no Município de Rosário Oeste, embora o mandato tivesse sido expedido para a Gleba Bananal, no município de Chapada dos Guimarães.
Seria apenas um erro não fosse um detalhe: as propriedades em questão se distanciam mais de 100 quilômetros uma da outra. De acordo com integrantes do movimento de luta pela democratização da terra, a ação teria sido patrocinada por latifundiários revoltados com a decisão do juiz  Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, de Mato Grosso,  que atesta que as áreas das glebas Marzagão e Rio Novo B, são de propriedade da União Federal. 
Um dossiê sobre o assunto mostra que no ultimo dia 29 de maio, policiais militares teriam “prestado serviço”  de escolta privada aos fazendeiros da gleba, inclusive detendo trabalhadores rurais sem terra sem mandato de prisão e muito menos se proporcioná-los o mínimo direito de defesa. Tal fato  provocou a ira dos acampados e fez a Polícia  sair sem o seu objetivo, que era obter os nomes das lideranças. 
“Como se não bastasse tamanha covardia  com os trabalhadores em maio – diz o documento – no mês de junho foi a vez de a PM “cumprir” um mandato de reintegração de posse, na Gleba Bananal, embora as famílias despejadas estivessem  acampadas na Fazenda Toca da Onça. “Ao cumprir a ordem de reintegração de posse os policiais da ROTAM pareciam estar trabalhando com o maior ânimo possível, fazendo poses e pedindo para que as fotos fossem postadas no Facebook” - disseram. 
  
Testemunhas disseram que a todo o momento os policiares falavam que toda a ação de hoje foi ordenada pelo secretário José Lacerda, da Casa Civil.  Fora isso, todos os veículos usados na ação foram alugados pelos fazendeiros, sendo ainda alguns de propriedade dos próprios. “O que parece que a Polícia do Estado  passa por uma grave crise financeira, a ponto dos fazendeiros conseguirem agirem de maneira totalmente estúpida em troca de pirulitos para todos os policiais envolvidos na ação” – acentua o dossiê-denuncia, denunciando ainda casos de  maus tratos.  “O mandato foi cumprido seguindo uma série de preceitos da má conduta” – observa. 
Edilson Almeida | Redação 24 Horas News

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