terça-feira, 17 de abril de 2012

SOB PRESSÃO, SILVAL DECIDIRÁ FUTURO DE EDER SÓ QUANDO VOLTAR DE BRASÍLIA


O governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou, em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, que só vai decidir o destino político administrativo do secretário extraordinário da Copa 2014, Eder Moraes Dias (PR), após seu retorno de Brasília, programado para quinta-feira (19). Sob pressão, Silval decidirá futuro de Eder só quando voltar de Brasília

Deixando claro que não aceita pressões, o governador afirma que vai analisar eventuais rixas dos deputados e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) contra Moraes antes de tomar qualquer decisão.

“Vamos avaliar a situação quando retornar a Mato Grosso”, enfatizou Silval ao confirmar que o secretário titular da Secopa colocou o cargo à sua disposição.

Eder já esteve ameaçado de demissão um sem número de vezes. A imprensa, inclusive, já o demitiu em algumas delas, mas apesar de balançar, o republicano nunca caiu, nem mesmo quando sua briga com o então secretario de infraestrutura da Agecopa, Carlos Brito implodiu a autarquia. No entanto, o quadro mudou e a situação política de Eder ficou crítica como jamais havia ficado.

Eder já amargava a reprovação pública, prova disso foi a vaia que teve de ouvir em meados de outubro do ano passado em um jogo de vôlei no ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá. De lá pra cá, sua imagem não tem melhorado.

O hoje secretário extraordinário teve o que pode se classificar como uma carreira meteórica. Bancário e bacharel em Direto, Eder iniciou sua vida no serviço público no primeiro ano de mandato do governador Blairo Maggi (PR), quando era assessor da Casa Civil, dirigida à época por Carlos Brito. Moraes saltou direto para a presidência do MT Fomento, depois para a Secretaria de Fazenda e posteriormente para a Casa Civil, coração do governo Silval Barbosa (PMDB).

Em abril de 2011, Eder trocou a mais importante secretaria de governo para presidir a Agecopa e posteriormente dirigir a Secopa. Em verdade, o governador, a exemplo do seu secretário, hoje está sob pressão: de um lado, os deputados alegam que Eder estaria articulando para assumir uma vaga no TCE, ou seja, indo contra a pretensão do deputado estadual Sergio Ricardo (PR) de assumir o TCE.

De outro lado, conselheiros não esconderam a irritação com as informações de bastidores dando conta de que o secretário teria vazado informações de negociações de bastidores entre o conselheiro Alencar Soares e o deputado Sérgio Ricardo (PR).

Para o Olhar Direto, o secretário negou que tenha tramado ou plantado as negociações entre Sergio Ricardo e Alencar Soares. “Não tenho nada a ver com isso, e desafio qualquer um a provar que tenho envolvimento nesse tipo de plantação”, afirmou o secretário.

Já o governador espera voltar a Cuiabá na próxima quinta-feira para poder ouvir todos os atores dessa crise que está instalada, principalmente o deputado José Riva (PSD), presidente da Assembleia Legislativa, que já se manifestou sobre o caso em entrevista ao OD.

“Nem mesmo se Sérgio Ricardo (PR) desistir de assumir a vaga de indicação da Assembleia no Tribunal de Contas do Estado (TCE), caso o conselheiro Alencar Soares vá disputar as eleições municipais em Barra do Garças, nós cederíamos a vaga para Eder Moraes (PR)”, afirmou o presidente.

Riva, no entanto, preferiu não polemizar sobre a possível demissão do secretário da Copa e disse que isso compete apenas ao governador. Apesar da abstenção momentânea, o peso político de um posicionamento do presidente da Assembleia é inegável e pode ser a pá de cal que falta para sepultar a carreira de Eder no governo.

Entrevista
A possibilidade de demissão de Eder Moraes já havia sido levantada durante entrevista concedida pelo secretário em jornal televisivo da Rede Record. Na entrevista, Eder aponta que é evidente a existência de uma campanha para tirá-lo do cargo, levada a cabo veladamente por tubarões, pessoas e grupos econômicos que “mamam” há anos “nas tetas” do governo.

Diante disso, Eder faz questão de se mostrar destemido com base em todo seu histórico.

“Sou uma pessoa que veio do povo. Eu vim lá do CPA. Ali eu fui criado. Toda minha formação é uma formação comunitária, portanto incomoda realmente chegar aonde chegamos. Mas eu deixo para a sociedade avaliar o trabalho que realizamos até agora”.
Olharfireto De Brasília - Marcos Coutinho/ Da Redação - Lucas Bólico

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