sábado, 12 de março de 2016

Arquiteto usado por Zilio como “laranja” para desvio de R$ 13 mi projetou mansão de ex-secretário com dinheiro de empresas


Foto: Divulgação
Arquiteto usado por Zilio como “laranja” para desvio de R$ 13 mi projetou mansão de ex-secretário com dinheiro de empresas
O arquiteto José Costa Marques, usado, segundo o Ministério Público, como "laranja" pelo ex-secretário de Administração César Zílio no desvio de R$ 13 milhões na compra de um terreno para fins comerciais em Cuiabá foi também o responsável pela construção da mansão do ex-gestor, no Condomínio Florais do Lago, no ano de 2011. Para terminar a obra em sua residência, Zilio contou ainda com aporte financeiro da empresa Consignum, que segundo consta das investigações, ajudou na compra dos materiais de construção.

Além da participação financeira na obra da casa do ex-secretário, a empresa Consignum também teria participação na compra do terreno avaliado em R$ R$ 13 milhões, feita por Zilio para fins comerciais, onde pretendia abrir um shopping popular. Segundo o MP, a área foi adquirida com propina da Consignum e das empresas Editora de Liz LTDA ME, EGP da Silva ME, Webtech Softwares e Serviços LTDA EPP. Ainda segundo o Ministério Público, foi possível constatar que os pagamentos realizados por meio de cheques de terceiros eram de pessoas físicas ou jurídicas que mantinham contratos de prestação de serviços firmados com o Estado de Mato Grosso.

Apesar de a construção da atual residência de Zílio, localizada no Condomínio Florais dos Lagos, ter sido feita com vários cheques emitidos pela Consignum para saldar a aquisição de materiais de construção utilizados, a obra da residência não se tornou objeto central da corrente investigação, mas pode vir a ser depurada em próximos desdobramentos.

A operação Sodoma foi deflagrada em 15 de setembro de 2015 e levou à cadeia o ex-governador Silval Brabosa e os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, respectivamente Casa Civil e Fazenda, todos por um esquema de extorsão e cobrança de propina contra um empresário. Já na segunda Fase da Sodoma, Zílio é apontado como o grande líder de um combinado corrupto para ocultar a origem ilícita de valores desviados do Estado. Conforme o MPE, o arquiteto José Costa Marques foi procurado pelo ex-secretário, que lhe disse interessado em investir em corporações imobiliárias. Assim, buscando sigilo comercial, Zílio propôs que o arquiteto figurasse como comprador de uma área, requerimento prontamente atendido.

Segundo o órgão ministerial, após a lavratura do contrato entre José da Costa Marques e os vendedores do terreno, foi elaborado um contrato de gaveta com Antelmo Zílio, pai de César Zílio, tudo visando garantir o direito do imóvel.

A aquisição do terreno se deu no dia 18 de junho de 2012. O pagamento ajustado em quatro parcelas: R$ 3.000.000,00 pagos em dinheiro, no ato da assinatura do contrato, R$ 1.134.400,24 com vencimento em 02/07/2012, R$ 4.344.399,00 com vencimento em 180 dias após a primeira parcela e R$4.344.399,00 com vencimento em até 360 dias após o vencimento da 2ª. Parcela.

As informações constam no documento que decretou a prisão preventiva de César Zílio. Na primeira fase da Operação Sodoma foram presos os ex-governador Silval Barbosa, e os ex-secretários Marcel de Cursi e Pedro Nadaf. Inicialmente investigou-se um esquema para desvio de dinheiro no programa de incentivos fiscais. Os documentos recolhidos levaram ao novo desdobramento do caso.

“[...] a organização criminosa não se limitou a praticar crimes ligados à concessão do benefício PRODEIC e que os fatos apurados na Operação Sodoma ainda não haviam revelado a existência de toda a organização, a qual demonstra ter tentáculos em diversas Secretarias do Estado, no caso, além das já referidas na ação penal anterior, a SAD”, afirma trecho do decreto de prisão.

*As fotos da galeria são de divulgação do arquiteto em seu site oficial.
Olhardireto = Arthur Santos da Silva

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