quarta-feira, 4 de abril de 2012

TURISTAS ARGENTINOS SÃO PRESOS E ESPANCADOS EM CUIABÁ


 



Os irmãos Ignácio Luiz Marcelo Lujan, 29 anos, e Ignácio Augustin Lujan, 26 anos, professores universitários de Córdoba (Argentina), fazendo turismo pelas Américas, de passagem por Cuiabá,  foram espancados e presos arbitrariamente por policiais militares de Mato Grosso, à paisana, na madrugada do último sábado (31/03), quando estavam de saída de uma conhecida casa noturna de Cuiabá. Os dois policiais, sem se identificar, começaram a espancar os visitantes de Cuiabá, tentando obrigá-los a confessar o suposto furto de um celular e uma câmera fotográfica amadora.
 
 O próprio ouvidor geral de Polícia, Teobaldo Witter, reconheceu que o ato dos policiais, praticamente às vésperas da Copa do Mundo do Pantanal de 2014, demonstra o quão é necessário investir no preparo da polícia mato-grossense, para receber turistas de todo o mundo. “É um exemplo dramático de como não deve agir com quem vem conhecer, gastar e trazer divisas para Cuiabá”, avalia ele.
 
 Eles foram acusados de furto qualificado, sem provas ou mesmo qualquer indício palpável. Na tentativa de obter uma confissão rápida, Ignácio Augustin foi espancado, ainda dentro da boate, tendo vários dentes quebrados, conforme atesta exame de corpo delito do Instituto Médico Legal (IML).
 
Na porta da boate, revistaram o carro, na presença dos irmãos Luiz Marcelo Lujan e IgnácioAugustin Lujan, mas nada encontraram dos produtos reclamados pela suposta vítima.
 
Diante da falta de provas, a Polícia levou o carro das vítimas da casa noturna até o Cisc Planalto, onde, misteriosamente, apareceram o celular e a máquina fotográfica reclamada pela suposta vítima, no interior do veículo. A segunda revista foi feita já sem a presença dos irmãos Lujan.
 
Além de serem espancados e presos, sem provas consistentes, os turistas foram colocados em celas comuns, no Centro de Ressocialização  (antigo Presídio do Carumbé), embora tenham curso superior. E, ainda, são detentores de passaportes da Argentina, do Mercosul e da Itália, país membro da União Européia – por conta da nacionalidade italiana.
 
 A advogada Beatriz Pinto Viana, responsável pela defesa dos argentinos, classificou o episódio como absurdo. Ela levou o caso até o ouvidor geral Teobaldo Witter, da Corregedoria de Polícia; e ao defensor público Roberto Tadeu Vaz Curvo, da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
 
 Beatriz Viana acionou, ainda, a Embaixada da Argentina no Brasil, para as providências cabíveis.“O que houve foi um ataque inominável aos mais elementares dos direitos, que é o direito à vida e o direito à liberdade”, argumenta a advogada Beatriz Viana. Ela aguarda para as próximas horas uma decisão do juiz de direito Rondon Douglas, titular da 4ª Vara Criminal de Cuiabá, que está respondendo pela 5ª Vara. O próprio magistrado decidiu tratar esta questão como prioridade.
 
Nesta quarta-feira (04/04), chega a Cuiabá, vindo de Brasília, o jurista Gabriel Herrera, Chefe da Seção Consular-Jurídica da Embaixada da República Argentina no Brasil. Ele vem cobrar agilidade na soltura dos argentinos e, ainda,  explicações do governo de Mato Grosso por tamanha violência.
 
Gabriel Herrera e Beatriz Viana estiveram, na manhã de hoje, em reuniões no Presídio do Carumbé, com o vice-governador Chico Daltro (PSD) e com o secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado Filho, cobrando solução urgnete para o problema
 24 Horas News 

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