sexta-feira, 27 de abril de 2012

CPI CONCLUI QUE ESQUEMA DAS PCHs EM MT CRIA MILIONÁRIOS FORA DO ESTADO


O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os negócios das hidrelétricas em Mato Grosso, deputado Percival Muniz (PPS), afirmou que a CPI das PCHs mostrou que “Mato Grosso vende suas riquezas e fica com muito pouco”. Num discurso eloquente, puxando para o ambientalismo, o socialista foi taxativo: “Somos um emprestador daquilo que é bom para ficar com nada. Então, acabamos com nossas cachoeiras, com nosso potencial, prejudicamos nossos rios e o que é bom mesmo para o estado não fica nada. ” – disse. “Ficam alguns milionários de fora do Estado e o povo de Mato Grosso fica sem suas riquezas naturais e novamente chupando dedo”.


Criada no final de março de 2011 para averiguar suposto favorecimento de alguns empresários do ramo energético na emissão de licenças para instalação de Pequenas Centrais Hidrelétricas no estado, a CPI analisou  41 processos dos 154 existentes na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Desses, 35 apresentaram irregularidades e pelo menos cinco licenças de funcionamento devem ser cassadas.

“Vamos ver o que a sociedade quer. Se quiser radicalizar, vai ter oportunidade e estamos aqui para isso. Se não quiser, vamos ouvir o que a opinião pública vai falar a respeito”, disse Percival Muniz, acrescentando que considera que este será o melhor momento da CPI, “pois poderá ouvir os roncos das ruas e a chiadeira dos prejudicados e assim construir algo seja melhor para o Estado.

O relatório final da CPI, entregue pelo relator, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), conta com 441 páginas  e recomenda oito projetos de Leis visando a regulação do setor e a criação, além  de quatro impostos em que a receita obtida será repassada aos Municípios,  de uma Área de Proteção Ambiental do Sumidouro do Rio Claro, no local onde tramita pedido de PCH's (Saracura e Jacutinga), entre os municípios de São José do Rio Claro e Diamantino.

 As principais propostas no relatório da CPI das Hidrelétricas tratam da readequação do setor energético em Mato Grosso. Entre elas está a criação de quatro impostos. O primeiro prevê a cobrança de 2% do faturamento das usinas pelo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab). Também deverá ser taxado o uso dos recursos hídricos dos municípios e o da rede de transmissão de energia no estado. O relatório ainda propõe a cobrança de 0,5% do valor total adquirido pelo empreendedor com a instalação de Usinas e Pequenas Centrais Hidrelétricas.

O relatório  prevê se obrigar a instalação de eclusas paralelamente à construção de barragens e, também, estudos de navegação para implantação de hidrovias. O documento, ainda, sugere a proibição da construção de novas usinas nos rios da bacia do Alto Paraguai, que formam o pantanal mato-grossense.  Epor fim, propõe a criação de uma APA, com o fito de proteger o patrimônio espeleológico de Mato Grosso.

Além disso, sugere a criação da APA (Área de Proteção Ambiental) na região do Rio Claro conhecida como sumidouro, com o propósito de proteger o patrimônio espeleológico. O local é cobiçado para serem instaladas duas PCHs: Jacutinga e Saracura. Inclusive, a construção das duas PCHs motivou a briga entre dois empresários, Eraí Maggi e  José Puppin, levando, posteriormente, para a instalação da CPI

Edilson Almeida
Redação 24 Horas News

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