segunda-feira, 23 de abril de 2012

FUNCIONÁRIOS DO DETRAN SÃO PRESOS EM MT POR FRAUDAR CNH



Oito servidores públicos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) foram presos nesta manhã, em Tapurah (418 km de Cuiabá), acusados de fraudar a emissão de Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Entre os detidos estão cinco funcionários do Detran de Cuiabá, dois proprietários de autoescola do município e um de Lucas do Rio Verde.

Segundo a Polícia Civil de Tapurah, cerca de quatro alunos teriam pago R$ 2 mil para não fazer a prova prática. As investigações, que são parte da "Operação Palma de Ouro”, vão continuar e o delegado Luiz Henrique solicitou à Ciretran imagens do dia do exame.

De acordo com o corregedor do Detran em Cuiabá, Cláudio César da Silva, as investigações vinham sendo desenroladas desde dezembro de 2011 e partiram de denúncias anônimas. “Essas denúncias sempre acontecem, o difícil é conseguir averiguar”, informou em entrevista por telefone.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, as investigações tiveram facilidades indevidas (conseguidas mediante pagamento de propina) em processos de CNH da autoescola “Tapurah”. Bastava aos candidatos assinar a lista de presença sem sequer fazerem testes práticos de direção.

“Também há sérios indícios de que alguns candidatos não estavam realizando as aulas práticas necessárias à aprendizagem de direção, mas mesmo assim eram relacionados para fazer o teste”, disse o delegado Luiz Henrique.

A polícia se baseou em imagens de circuito interno de um teste prático para a investigação. No dia em que as imagens foram colhidas, Havia 50 alunos para fazer teste na categoria de motocicletas. A lista de aprovados apareceu com 53 nomes.

Um dos beneficiados do esquema mostrou à polícia como funcionava também a negociação com a autoescola, com depósito de R$ 2 mil em conta corrente da empresa.

Segundo a assessoria de imprensa da polícia, os presos da Operação Palma de Ouro podem responder por crimes de corrupção (ativa e passiva), falsidade ideológica, tráfico de influência, inserção de dados falsos em banco de dados da Administração Pública e formação de quadrilha.

A operação foi nomeada devido ao uso de filmagens, em referência ao principal prêmio do Festival de Cannes.
Especial para Olhar Direto - Victor Cabral

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