domingo, 26 de fevereiro de 2012

ESTUDO: SECA LEVE PODE TER CAUSADO O FIM DA CIVILIZAÇÃO MAIA



O fim da civilização maia pode ter sido causado, provavelmente, por uma seca relativamente leve, semelhante às condições previstas para os próximos anos, causadas pelas mudanças climáticas, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira na revista Science. Durante muito tempo, acreditava-se que uma grande seca teria acabado com esta cultura pré-colombiana, famosa pelo domínio da linguagem, da matemática e da astronomia.

No entanto, cientistas do Centro de Investigação Científica de Yucatán no México e da Universidade de Southampton no Reino Unido constataram que houve, apenas, na época, uma redução de 25% a 40% do índice pluviométrico anual. Esta diminuição da chuva fez com que os recursos hídricos a céu aberto - poços e lagos -, se evaporassem mais rapidamente, sem que fossem substituídos por novas precipitações, diz o estudo.

"Os dados sugerem que a principal causa foi uma redução das tempestades de verão", disse um dos autores do estudo, Eelco Rohling, da Universidade de Southampton. A pesquisa é a primeira desse tipo, voltada para determinar, exatamente, a redução do nível pluviométrico nos anos 800 e 950 antes de Cristo, quando a civilização maia entrou em decadência, baseando-se nos dados estabelecidos por medições realizadas em estalagmites e lagos pouco profundos.

A análise demonstrou que uma leve seca pode ter provocado uma importante escassez numa área onde não há rios nem outra fonte de água, além da fornecida pela chuva. "O verão era a temporada principal de cultivo e de reposição dos sistemas de armazenamento de água doce dos maias, uma vez que não correm rios nas terras baixas de Yucatán", acrescentou Rohling.

"As perturbações sociais e o abandono das cidades são consequências possíveis da significativa escassez de água, principalmente porque parece ter havido vários anos de seca". Especialistas internacionais preveem que períodos semelhantes de seca na região de Yucatán vão se repetir em breve, devido às mudanças climáticas.

Embora as sociedades modernas estejam mais bem equipadas para enfrentar uma seca, ainda há riscos, disse o principal autor do estudo, Martín Medina-Elizalde, do Centro de Investigação Científica de Yucatán. "Parece que uma pequena redução na disponibilidade de água possa dar lugar a importantes problemas de longa duração. Esta questão não é exclusiva da Península do Yucatán, mas se aplica a todas as regiões em situações similares onde a evaporação é considerada alta"
AFP

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