segunda-feira, 12 de março de 2012

FALANDO DA IMPRENSA - ALGUNS QUE JÁ SE FORAM

Nesta semana vamos contar um pouco da vida de Antônio Oliveira Santos, um destemido, que falava alto, não tinha medo e foi também um dos que marcaram a história da imprensa mato-grossense. Morando Barra do Garças, fundou o Jornal Correio da Fronteira, um semanário editado na Barra e impresso em Goiânia.
Perguntamos, certa vez para o Oliveira Santos (como era mais conhecido), por que Correio da Fronteira para denominar um jornal de circulação na Região do Araguaia ?  Disse-me ele, "olha Bentinho, aqui em toda Região do Araguaia vivemos de maneira toda especial, pois somos de  Mato Grosso, somos assistidos por Goiás e assim levamos a vida", e continuando foi falando, "aqui os políticos mato-grossenses se fortalecem em seus cargos, com os votos do eleitorado, mas o abandono é total e neste pedaço de chão, tudo vem de Goiânia - capital e de Goiás, veja o horário que seguimos é de lá, os dois jornais diários mais lidos, são o Popular em primeiro lugar e Diário da Manhã em segundo, os nossos jovens quando precisam estudar e fazer faculdade é Goiânia a cidade escolhida". Outra coisa, a economia aqui é totalmente voltada para Goiás, isto ao longo das cidades que margeiam o rio Araguaia é a mesma coisa. Os investimentos na agricultura e pecuária, salvo alguns empreendedores mato-grossenses, são todos goianos. E depois desta, chegamos à mesma conclusão.
Também foi o Oliveira Santos, um daqueles que no seu trabalho diário em busca de notícias e de ganhos financeiros, percorreu quase todo o estado de Mato Grosso e quando a cidade de Colider já se apresentava como promissora, levou para lá a sua funcionária Deusa, e criou o primeiro jornal do municipio, FOLHA DE COLIDER, que circula até hoje.
Mas um fato que marcou, profundamente a sua imagem, foi quando em visita a minha casa, em Cuiabá, sentado no sofá e entre o cigarro e outro, disse: É Bentinho, o Dominguinhos (Domingos D'Eri) está muito doente, internado em Goiânia e logo, logo vamos enterrá-lo. Mas veja o que a vida nos prega, 15 dias após este nosso diálogo, quando entrevistava o prefeito de São Félix do Araguaia, um enfarto fulminante levou para sempre o Oliveira Santos, e o Dominguinhos ainda viveu quase seis meses.
Assim são acontecimentos, que não são escritos, mas que ficam na memória daqueles que os vivenciaram. (Bentinho - e-mail : fd.bentinho@uol.com.br) 

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