Ninguém no São Paulo imaginava que seria necessário receber o Independente de Tucuruí nesta quarta-feira. Mas a vitória por 1 a 0 em Belém, na semana passada, obrigou o jogo no Morumbi. Para sorte de Luis Fabiano. O centroavante transformou a partida dispensável em chance de balançar as redes. Com quatro gols dele, o clube pôde fazer festa vencendo por 4 a 0.
O bom público já devia esperar uma goleada. E acabou venerando seu principal ídolo com a ausência de Rogério Ceni, machucado. O camisa 9 marcou seus primeiros gols aos 31 e aos 33 minutos do primeiro tempo e, antes do intervalo, ganhou mais espaço com a expulsão de Fidelis. Com um a menos, os paraenses ainda tiveram suas redes balançadas pelo centroavante aos nove e aos 19 minutos do segundo tempo. Totalmente dominado, o Independente ainda teve outro expulso, Preto Barcarena.
E a partida que estava fora dos planos, como queria Leão, virou estatística positiva. Pela primeira vez desde as cinco primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro do ano passado, o Tricolor atinge a quinta vitória consecutiva. E é com essa confiança que recebe o Santos no domingo, pelo Campeonato Paulista. Na Copa do Brasil, espera pela definição entre Bahia de Feira de Santana e Aquidauanense para saber seu rival na segunda fase.
O jogo -Os primeiros minutos deixaram claro o que seria a partida no Morumbi. Como previsto, o Independente de Tucuruí tinha várias vezes todos os seus 11 jogadores da intermediária defensiva para trás. E Emerson Leão nem quis usar o espaço para encantar o bom público que apareceu no Morumbi. A ordem era dar ritmo.
E o amistoso de luxo só saiu do que se esperava em lance isolado aos cinco minutos, quando Thiago Floriano - autor de gol equivocadamente anulado no Pará - passou por Rhodolfo e obrigou Denis a fazer grande defesa. Mas logo no rebote Ró caiu sozinho ao tentar dominar a bola. Imagem que mostrava a inferioridade dos paraenses.
O Tricolor tinha várias vezes apenas Paulo Miranda e Rhodolfo na defesa, embora o segundo tenha se arriscado com arrancadas que tiveram até pedaladas no ataque. Rodrigo Caio avança pela direita como desejava, assim como Cortez do outro lado. Cícero também ajudava Lucas na chegada, assim como Denilson e, principalmente, Casemiro em uma pressão comandada por Jadson e em direção a Luis Fabiano.
De tanto ver a bola ir de uma lateral para outra, o Independente começou a apelar para faltas e receber cartões amarelos, em estratégia que custaria caro mais tarde. E não segurava os anfitriões, amplamente donos do confronto e que só não balançaram as redes na primeira meia hora porque o goleiro Dida executou três grandes defesas e Lucas estava impedido em lance aos 18 minutos.
O camisa 7, contudo, deixou o estilo até displicente de domingo, quando tocou bolas desnecessárias na vitória sobre a Portuguesa, arrancou com dribles quando esteve perto da área, como Leão mandou, e tornou-se decisivo. Primeiro, quase marcou um golaço com direito a drible com toque de letra aos 21 minutos.
O meia-atacante esteve próximo de outro golaço aos 31 minutos, quando dominou na lateral direita, driblou dois rivais como se fossem cones e, na chegada do terceiro, obrigou Dida a trabalhar novamente. Desta vez, porém, Luis Fabiano estava bem posicionado para abrir o placar e tornar-se o nome do jogo.
Com o placar aberto, ficou mais fácil trabalhar visando a referência do camisa 9. E o São Paulo precisou de somente mais dois minutos para fazer outro gol. Desta vez, Luis Fabiano aproveitou-se de outro jovem valor são-paulino: Casemiro, que o lançou com precisão para entrar na área, driblar o goleiro e fazer 2 a 0.
A expectativa de goleada aumentou e tornou-se praticamente certa aos 35 minutos, quando o volante Fidelis cometeu falta em Lucas, recebeu o segundo cartão amarelo e deixou o Independente de Tucuruí com um a menos ainda no primeiro tempo. Presa fácil para a noite do matador.
E Luis Fabiano não teve dó. Logo aos nove minutos do segundo tempo, aproveitou outro passe milimétrico, agora de Denilson, para tentar encobrir Dida. O goleiro ainda conseguiu desviar, mas o jogo era do camisa 9, que teve a bola nos pés mais uma vez para marcar o terceiro.
Na partida mais fácil da temporada, o Tricolor passou a descansar. E o Independente tentou, ao menos, balançar as redes na inesperada viagem à capital paulista. Com isso, esqueceu de Luis Fabiano logo na noite de sorte e competência do centroavante. E foi nos pés dele que parou um chutão de Casemiro do campo de defesa. Mais uma vez, o atacante passou por Dida, fazendo seu quarto gol, aos 19 minutos.
Leão se deu ao direito até de ser vaiado para dar ao camisa 9 a chance de ser aplaudido quando foi substituído aos 22 minutos do segundo tempo para a entrada de Willian José. O mesmo ocorreu na troca de Lucas por Fernandinho seis minutos mais tarde. Mas nada que atrapalhasse um jogo que poderia ser dispensável, mas virou festa para o camisa 9 do Tricolor.
Longe de ser vilão, o Independente teve ainda Preto Barcarena expulso aos 39 minutos. Cartão vermelho que só serviu para dar mais espaço e justificativa para o grito de "olé" da torcida satisfeita em um jogo que não esperava ter para assistir.
Gazeta Esportiva
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